terça-feira, 31 de maio de 2011

La Biennale

Realizada desde 1895, a Bienal de Veneza é a mais antiga e tradicional das mostras internacionais de arte, e tem como sede os espaços Giardini e Arsenale, além de diversas mostras e exposições que podem ser vistas espalhadas pela cidade italiana. São mais de 80 artistas vindos de países com o Alemanha, Índia, Japão, China, Estados Unidos, Cuba, Congo e África do Sul.

O tema desse ano escolhido pela curadora Bice Curiger é ILUMMInations, propondo uma exposição internacional sem fronteiras, que busque um diálogo entre a obra, o artista e a visão atual de arte contemporânea. 'Iluminação' propõe que as pessoas sejam iluminadas como visitantes, amantes da arte, indivíduos e membros da comunidade humana, jogando uma luz sobre todas as questão importantes da atualidade. A Bienal também concederá dois Leões de Ouro ao americano Sturtevan e ao austríaco Franz West, considerados dois dos maiores artistas do mundo.

O Brasil está representado por seu pavilhão, construído no Giardini. Os responsáveis pelo espaço são Agnaldo Farias e Moacir dos Anjos, curadores da 29ª Bienal de São Paulo, que escolheram o artista plástico Artur Barrio para apresentar uma exposição no lugar. Nascido em Portugal e naturalizado brasileiro, Barrio é um dos principais nomes no campo experimental da arte contemporânea no Brasil, com foco nas situações artísticas que cria para mudar um ambiente ou um instante.

Entre os destaques está a participação de egípcios que, através da arte, expressam suas opiniões sobre a repressão do ditador Hosni Mubarak. O artista Ahmed Bassiony, morto ao filmar conflitos na região, é um dos homenageados por seus conterrâneos. Outros nomes internacionais importantes que participam da Bienal são Christian Marclay (EUA), Monica Bonvicini (Itália), Sigmar Polke (Alemanha), Cyprien Gaillard (França), Roman Ondak (Eslováquia), Pipilotti Rist (Suíça), a dupla Peter Fischli e David Weiss (Suíça), Cindy Sherman (EUA), James Turrell (EUA) e Trisha Donnelly (EUA).

Até 22/11
Mais informações em www.labiennale.org




Imagem: Reprodução

Atá mais!

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Quino

"Grande cartunista argentino, pai de Mafalda e de tantas outras charges que durante várias décadas vem encantando o mundo. Sua marca distintiva é o humor reflexivo, inteligente e sempre atual." 





Quino, ou Joaquín Salvador Lavado, nasceu dia 17 de julho de 1932 na cidade de Mendoza (Argentina). Recebeu o apelido desde pequeno, para diferenciá-lo de seu tio Joaquín Tejón, pintor e desenhista publicitário com quem aos 3 anos descobriu sua vocação. Na década de 40, perde sua mãe e seu pai. Termina a escola primária e decide inscrever-se na Escola de Belas Artes de Mendoza, a qual abandonaria anos depois para dedicar-se a desenhar quadrinhos e humor.



quino.bmp


Em 1954, instala-se precariamente em Buenos Aires e perambula pelas redações de todos os jornais e revistas em busca de emprego. A revista Esto Es publica sua primeira página de humor gráfico. Desde então e até o dia de hoje continuam sendo publicados ininterrupitamente seus desenhos humorísticos numa infinidade de jornais e revistas da América Latina e Europa. Em 1960 casa-se com Alicia Colombo. Não teve filhos. A lua de mel no Rio de Janeiro foi a primera saída da Argentina. 





Em 1963 lança seu primeiro livro de humor, Mundo Quino, uma recopilação de desenhos de humor gráfico mudos. Em 1964 aparece Mafalda pela primeira vez e a partir daí foram lançados vários livros na Argentina e no exterior. Viajou a vários países divulgando seu trabalho e recebeu diversos prêmios de nível internacional, entre eles o de desenhista do ano, em 1982. Atualmente publica seus desenhos na revista semanal do jornal Clarín.





Mafalda

É a obra-prima de Quino. Através da personagem de uma garotinha aparentemente inocente e de seus amigos, o desenhista reflete sobre a política, a economia e a sociedade em geral, sempre com um toque de humor. Mafalda foi traduzida a 10 idiomas, exportada a vários países, foi garota-propaganda de campanhas da UNICEF, motivo de cartões-postais e de selos argentinos. 


Apesar de os primeiros livros terem sido lançados na década de 60, pode-se encontrá-los ainda hoje nas bancas de jornais de Buenos Aires, provando que o prazer de ler Mafalda é sempre atual.

site oficial: www.quino.com.ar














Imagens: Reprodução

Até mais!

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Caricatura

O desenho caricatural...constitui um gênero de cunho satírico, mas não obrigatoriamente cômico. A caricatura é a reprodução gráfica de uma pessoa, animal ou coisa, de uma cena ou episódio, exagerando-se certos aspectos com intenção satírica, burlesca ou crítica. 

Caricatura de Charles Darwin
O vocábulo (do italiano caricatura, de caricare, "carregar", "acentuar") foi utilizado pela primeira vez em 1646, para designar uma série de desenhos satíricos de Agostino Carracci que focalizava tipos populares de Bolonha. O termo, porém, já fazia parte do jargão artístico. 

A princípio considerada mero divertimento, a caricatura tornou-se importante atividade artística. (...) A propensão para o caricatural ocorre em todos os artistas de tendência expressionista (...) De certo modo, cultivaram a caricatura, ou sofreram sua influência, grandes artistas de todos os tempos, como Bosch e Quentin Metsys, Leonardo da Vinci e Arcimboldo, Jacques Callot e Goya, Ensor e George Grosz. Os "Caprichos" de Goya, por exemplo, têm linguagem afim à da caricatura, cuja intenção mais profunda não é ridicularizar nem provocar o riso fácil, e sim, como escreveu Claude Henri Watelet em 1792, "fixar os caracteres e as expressões". 




Gravuras de "Caprichos" de Goya 

Outra característica da caricatura é transcender o individual, para particularizar o coletivo de uma época ou de um povo: a figura de John Bull, por exemplo, criada por Sir John Tenniel e John Leech, mais que um desenho caricato, é um símbolo do povo britânico, de suas mais íntimas convicções. (...) Do mesmo modo, Tio Sam, de Thomas Nast (em boa parte inspirado em Abraham Lincoln), ultrapassa a condição de caricatura, que teve inicialmente, para caracterizar o americano, externa e intimamente considerado. 



John bull de Sir John Tenniel

Tio Sam de Thomas Nast


Transcende também a caricatura o domínio do puramente visual. Já em 1857, Baudelaire escrevia ter ela direito às atenções de historiadores, arqueólogos e filósofos. Pode ser-lhe aplicado o que Baudelaire afirmou da obra de Honoré Daumier: "Por ela, o povo podia falar ao povo."





Caricaturas de Honoré Daumier 

A caricatura já era conhecida dos egípcios (o museu de Turim guarda um papiro que retrata o faraó Ramsés II com orelhas de burro), gregos (pinturas em vasos) e romanos (afrescos de Pompéia e Herculano). (...) Como arte independente, porém, a caricatura é fruto da Renascença, devendo-se a Annibale Carracci o primeiro exemplar do gênero, hoje no museu de Estocolmo: um desenho que representa um casal de cantores italianos, feito em 1600.


Esboços de Annibale Carracci


"Casal de cantores" de Annibale Carracci

A época dos que se dedicaram à caricatura como uma arte autônoma teve início com Pier Leone Ghezzi (1674-1755). Até então, essa atividade era praticada quase exclusivamente por pintores em momentos de descanso de seus trabalhos "sérios". A partir do século XVIII, a caricatura floresceu, primeiro com Romeyn de Hooghe, nos Países Baixos, e logo depois com William Hogarth, pai da caricatura britânica e da caricatura social. (...) Em oposição à caricatura pessoal, surge, com George Townshend (1724-1807), em fins do século XVIII, a caricatura política, que iria ter seu mais notável representante em James Gillray (1757-1815).


Caricatura de Pier Leone Ghezzi


James Gillray

A invenção da litografia pelo alemão Aloys Senefelder, nos últimos anos do século XVIII, contribuiu bastante para a divulgação da caricatura. Até então, o caricaturista utilizava apenas matrizes de metal, gravando o desenho em folhas soltas (...) os quais nunca ultrapassavam os círculos socialmente mais elevados da população. A litografia, possibilitando grandes tiragens e preços menores, facilitou a disseminação da caricatura.

Logo em seguida, (...) surgiram os periódicos especialmente dedicados à caricatura, entre os quais o semanário La Caricature (1830) e o diário Le Charivari, franceses, ambos fundados por Charles Philipon. À ação estimulante de Philipon deve a história da caricatura alguns de seus nomes mais ilustres, como Grandville (Jean Ignace Isidore Gérard), Gustave Doré, Cavarni e, sobretudo, Honoré Daumier - talvez o maior caricaturista de todos os tempos, autor de 3.958 litografias, entre as quais dezenas de obras-primas, incomparáveis ao mesmo tempo pelo apuro técnico, expressividade e espírito crítico. 

Capa do semanário "La Caricature"
Nos dias atuais, são vários os caricaturistas que se destacam internacionalmente, fazendo exposições e publicando na mídia impressa. Os maiores nomes são Sebastian KrugerJan Opdebeeck, Mulatier entre outros.


Sylvester Stallone de Sebastian Kruger

Goldberg de Jan Opdebeeck
Gerard Depardieu de Mulatier


No Brasil
A primeira caricatura publicada no Brasil foi uma charge política de autoria de Manuel de Araújo Porto-alegre, em 1836 durante operíodo regencial, sendo lembrado como o pioneiro da caricatura brasileira.

No Brasil, Raul Pederneiras (Raul), Calixto Cordeiro (K. Lixto) e J. Carlos são nomes que surgem dentre os primeiros artistas exclusivamente caricaturistas. Destacam-se também Nair de Tefé, a primeira mulher caricaturista do mundo, Henrique Fleiuss, Max Yantok, Angelo Agostini, Lan entre outros.


K. Lixto


Raul



J. Carlos


Caricatura de Nair de Tefé



Lan
Entre os caricaturistas de destaque mais atuais estão Chico e Paulo Caruso, Cássio Loredano, CárcamoBaptistãoDálcioSpaccaFernandes, Cau Gomes, Celso Mathias, Quinho, Mario Alberto, Camilo RianiBiraGustavo DuartePaffaroHoisel entre outros.












Machado de Assis - Caricatura: Spacca



























Fonte: wikipédia e emdiv
Imagens: Reprodução

Até mais!